Wind Breaker – Temporada 2 Episódios 14 a 16: Bofurin em ação, lições de liderança e um novo mistério no ar
Se tem uma coisa que Wind Breaker faz bem, é nos surpreender com o ritmo da narrativa. Quando imaginei que o arco com a KEEL seria longo como o da Shishitoren, a série me desmentiu no episódio seguinte. E ainda bem: esse retorno da 2ª temporada mostra que o anime funciona melhor quando aposta em combates intensos, dinâmicos e carregados de emoção — sem enrolação.
Batalha rápida, mas cheia de propósito
Diferente da Shishitoren, que foi um arco de construção de personagem em combates individuais, a luta contra a KEEL foca em dinâmica de grupo, mostrando o quanto os laços entre os membros do Bofurin se fortaleceram. Aqui, o caos da batalha em grupo é bem explorado, com o foco sendo menos na técnica e mais na energia coletiva e na liderança.
Ainda assim, cada personagem teve seu momento. Kiryu, por exemplo, mostra que seu estilo relaxado também se reflete em sua forma de lutar — um reflexo de como ele vê a vida, influenciado pelas garotas que ele admira. Já Suo deixa transparecer um lado mais vingativo, surpreendendo até mesmo o sempre explosivo Sakura, que precisa intervir.
Kaji vs Natori: mais que um combate físico
O confronto entre Kaji e Natori funciona como o grande clímax da KEEL. A luta em si tem momentos marcantes, com destaque para o movimento com a corrente — bonito, tenso e bem animado. Mas o principal é a contraposição entre dois estilos de liderança:
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Kaji, que sabe delegar e valoriza o coletivo;
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Natori, que tenta controlar tudo e falha por não confiar em ninguém.
Essa diferença é reforçada mais adiante, quando vemos que Natori nem conhecia bem seus próprios aliados — uma falha fatal para qualquer líder.
Sakura em evolução, mas ainda com seus conflitos
Depois da luta, os episódios voltam o foco para Anzai e Nagato, que foram as vítimas iniciais da KEEL. Apesar de ficarem mais no fundo durante a batalha, o arco dos dois é essencial para que Sakura reflita sobre seu papel como líder.
O conflito de Sakura em achar que ajudar Anzai seria um “assunto pessoal” e não um problema do Bofurin poderia ter sido mais bem desenvolvido, mas a série compensa ao mostrar, mais uma vez, que a verdadeira força da gangue está no cuidado com as pessoas da cidade — algo que sempre foi parte do DNA da história.
Destaques visuais e novas ameaças
A parte visual segue consistente, mesmo com os figurantes em CGI destoando um pouco. O uso de iluminação e paletas de cores nas lutas melhorou bastante, deixando a ambientação do armazém menos monótona. E claro, a animação dos golpes, como o salto de Kaji com a corrente, entrega aquela emoção que a gente espera.
Além disso, a aparição final de um novo personagem misterioso — o “FRANK”, como apelidado por enquanto — sugere que a trama ainda tem muito a oferecer nessa temporada.
Conclusão
Os episódios 14 a 16 de Wind Breaker mostram que a série acertou o tom ao manter as lutas rápidas e impactantes, sem abrir mão do desenvolvimento emocional e temático. A ação é bem coreografada, os conflitos internos dos personagens continuam interessantes, e a direção mostra maturidade em equilibrar pancadaria com reflexões sobre amizade, confiança e liderança.
Se a temporada seguir nesse ritmo, pode entregar não só mais porradaria estilosa, mas também crescimento real para o Sakura e sua galera barulhenta.