The Failure at God School – Primeiras Impressões do Mangá
Vale a pena ler?
Confesso que fui fisgado pela proposta inusitada dessa obra: uma mistura de mitologia xintoísta com estrutura de escola mágica, tudo ambientado em um Japão moderno onde a divindade virou profissão regulamentada. De cara já dá pra perceber que The Failure at God School tenta fazer algo diferente — e, felizmente, na maior parte do tempo, acerta.
Logo de início, o mangá despeja um monte de informações, o famoso “infodump” que atrapalha um pouco a fluidez da leitura. Tem muita exposição, regras mágicas e conceitos sendo jogados de forma apressada, além de vários personagens aparecendo de uma vez. Felizmente, todos têm visuais distintos, o que ajuda bastante a não se perder. Mas, sinceramente, é só quando a história para de tentar explicar demais e passa a focar nos personagens que ela começa realmente a funcionar.
A protagonista Nagi é um dos grandes trunfos da obra. Ela é impulsiva, determinada, meio insegura, mas incrivelmente carismática. O tipo de personagem que você quer acompanhar. E é ótimo ver como ela contrasta com a Maomao, de The Apothecary Diaries — mostrando que a autora Natsu Hyūga sabe escrever protagonistas femininas fortes em estilos bem diferentes.
O conceito de “deuses licenciados” — humanos com poderes que precisam passar por provas para se tornarem oficialmente divindades — é muito criativo. A estrutura de escola especial lembra My Hero Academia, mas com toques bem japoneses. O mangá também introduz elementos sociais mais sérios, como o preconceito que alguns personagens enfrentam, o isolamento forçado de certos alunos e até questões envolvendo família e aceitação.
Visualmente, o traço é bonito e agradável, com designs expressivos e boa direção de arte. A história também sabe equilibrar bem momentos de leveza com tensão, e o elenco secundário já mostra que tem potencial para crescer bastante.
Apesar de um início um pouco engasgado pela quantidade de explicações, The Failure at God School se mostra uma leitura divertida, com um universo rico e personagens cativantes. É o tipo de mangá que tem tudo pra se desenvolver muito bem nos próximos volumes — e Nagi sozinha já vale a leitura. Se você curte histórias escolares sobrenaturais com um toque diferente, essa pode ser uma ótima pedida.
