Grisaia: Phantom Trigger The Animation – Uma sequência sem rumo no universo de Grisaia
Grisaia: Phantom Trigger The Animation foi uma das estreias que acompanhei com uma mistura de curiosidade e cautela. Como fã de The Fruit of Grisaia, entrei no anime com a esperança de ver uma nova fase da franquia ganhar fôlego — especialmente por finalmente ter uma série de TV, diferente dos filmes e OVAs anteriores que nunca chegaram a empolgar. Mas depois de 13 episódios, o que encontrei foi um anime que não entrega nem como sequência, nem como obra isolada.
Um novo elenco, mas sem a mesma alma
A história se passa após o incidente com Heath Oslo, onde uma nova organização chamada SORD surge a partir dos destroços da CIRS. As protagonistas, novas garotas treinadas na Mihama Academy, são agentes em missões de vida ou morte. A proposta até soa interessante no papel: uma escola de garotas assassinas realizando operações táticas. Mas, na prática, tudo soa bagunçado e sem direção.
Sendo bem sincero, mesmo depois de terminar a temporada, ainda não sei exatamente qual era o objetivo principal da série. Alguns episódios explicam demais, enquanto outros simplesmente não explicam nada — e quando o anime escolhe um desses extremos, raramente a informação parece relevante. O resultado? Um enredo que parece empacado, mesmo recheado de explosões, ação e tragédias pessoais.
Falta conexão, sobra tragédia forçada
Algo que me incomodou profundamente foi o esforço forçado em criar histórias trágicas para todas as personagens. Em vez de desenvolver os dramas com profundidade, o anime parece jogar um monte de desgraças no colo das garotas sem dar tempo para a gente se importar com elas. Parece que alguém pegou uma lista de “10 backstories mais tristes dos animes” e jogou tudo de uma vez em cada personagem, como se isso bastasse para gerar empatia.
E sem empatia, não há envolvimento. É difícil se conectar com a dor de personagens que mal conhecemos, e o anime não faz muito esforço para resolver isso.
Parte técnica: o que ainda se salva
Se tem algo que posso elogiar, é a qualidade da animação, que se mantém razoavelmente boa ao longo da maior parte da série. Os traços são agradáveis e os visuais ajudam a manter o interesse, mesmo que a história falhe em fazer isso. Infelizmente, até isso desanda nos episódios finais, com cenas de ação mal coreografadas e momentos de diálogo sem sincronia labial.
A trilha sonora é funcional, sem se destacar, e o trabalho de voz está dentro do esperado — nada brilhante, mas também sem erros gritantes.
Veredito final: um tiro que falhou
Confesso que comecei Phantom Trigger com expectativas moderadas. Não esperava um novo Fruit of Grisaia, mas ao menos esperava personagens cativantes, tensão narrativa e alguma evolução emocional. Mas o que recebi foi uma obra que, apesar de suas explosões e missões perigosas, conseguiu a proeza de ser entediante.
Mesmo sem considerar o restante da franquia, esse anime não se sustenta por si só. Falta foco, falta propósito, falta coração. E depois de 13 episódios, continuo me perguntando: por que exatamente tudo isso aconteceu?
Notas finais:
🎯 Avaliação Geral: 4/10
Uma continuação que não se sustenta nem como sequência, nem como obra independente. Faltam desenvolvimento, foco e conexão emocional.
🧠 Enredo: 3/10
Confuso, mal estruturado e com informações desnecessárias ou mal explicadas. Difícil de acompanhar e pouco envolvente.
👥 Personagens: 4/10
Histórias trágicas forçadas sem construção suficiente. Falta carisma e empatia, o que impede qualquer envolvimento real.
🎨 Arte: 7/10
Visual limpo e agradável na maior parte do tempo, com boa direção de arte. No entanto, algumas quedas de qualidade são perceptíveis nos episódios finais.
🕹️ Animação: 6.5/10
A animação é competente, mas irregular. Algumas cenas de ação funcionam bem, outras são apressadas ou mal coreografadas.
🎵 Trilha Sonora: 5/10
Funcional, mas pouco memorável. Não compromete, mas também não contribui para criar uma atmosfera marcante.