Go! Go! Loser Ranger! – Episódios 13 e 14: A sátira de tokusatsu finalmente encontra seu ritmo

 


Adeus, estacionamento infernal. Olá, trama com propósito.

Se tem uma coisa que me animou para essa nova temporada de Go! Go! Loser Ranger! foi saber que, finalmente, deixaríamos aquele maldito estacionamento subterrâneo para trás. Sim, eu entendo a função narrativa daquele arco de treinamento dos cadetes, e até enxergo a graça na forma como a série brinca com esse clichê cansado dos animes. Mas honestamente? Passar metade da primeira temporada naquele ambiente cinza e sem vida, com batalhas que nunca foram além do "ok", foi simplesmente exaustivo.

Pra quem ainda não pegou o espírito da coisa, G!G!LR! é basicamente The Boys com skin de Super Sentai/Kamen Rider. E assim como The Boys brilha no seu sarcasmo banhado de ultraviolência, é nesse mesmo espaço que Loser Ranger encontra sua identidade. A ideia de transformar o Red Keeper em um psicopata narcisista que não hesita em explodir civis por puro ego é genial. A Pink Keeper? Uma pervertida incestuosa com direito a body pillow do próprio irmão. E aí vem o Fighter D — o "capanga genérico de colant" — um personagem que, por si só, já é uma metalinguagem riquíssima dentro do subgênero.

A diferença é que, agora, a sátira funciona. Esses dois episódios iniciais da segunda temporada mostram como a série tem muito mais a oferecer quando abraça essa proposta. O elenco está mais enxuto, o enredo ganhou um foco com a caça aos cinco Boss Monsters restantes, e o mundo fora do concreto finalmente tem... cor! O simples fato de ver os personagens num ambiente com luz e contexto já eleva o episódio.

O que mais me pegou foi como Loser Ranger finalmente parece um tokusatsu de verdade. O arco do “loop temporal” envolvendo a Green Keeper Squad foi inesperadamente bom. É o tipo de trama clássica de qualquer série com monstros/alienígenas/robôs do mal, e aqui foi bem executada, com atmosfera e um vilão interessante — Magatia the Snake — cujos poderes de ilusão realmente colocam os heróis para pensar. D e Angel formam uma dupla cativante (com a ingenuidade dele e o bom coração dela funcionando muito bem), enquanto Hisui e Chidori seguram bem as reações e explicações. Sério: se isso fosse um episódio de Kamen Rider ou Garo, eu estaria igualmente satisfeito.

Ah, e quase esqueço: temos Hwalipon. Esse personagem apareceu do nada, com um recap metalinguístico da temporada anterior e uma vibe de "algo grande vem aí". Mas o melhor de tudo? Ele é um fantoche em live-action que interrompe o anime com comentários nonsense. Eu amei. Loser Ranger, por favor, nos dê mais fantoches. É tudo que te peço.

No geral, essa virada de temporada veio em ótima hora. Depois de um início tão travado, a série finalmente respira, encontra seu ritmo e mostra que ainda tem muito combustível nessa paródia de heróis. Se continuar nessa linha, temos um hit cult em construção.

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