From Old Country Bumpkin to Master Swordsman: Primeiras Impressões do Anime (Eps. 1 e 2)

 

Uma boa ideia, um protagonista interessante... mas alguns tropeços já começam a aparecer.

O primeiro episódio de From Old Country Bumpkin to Master Swordsman começa com uma proposta bastante sólida — e faz um bom trabalho em dar o pontapé inicial na jornada.

O que mais me chamou a atenção foi justamente o protagonista: Beryl é um instrutor de esgrima de meia-idade, cheio de humildade e praticamente nenhuma vivência real de combate. Isso por si só já é um diferencial enorme. Ele passou anos treinando e ensinando técnicas de espada, mas quase nunca teve que colocá-las em prática em situações de vida ou morte. Ou seja, temos aqui um personagem com bagagem técnica, mas pouca experiência prática no mundo real — o que rende ótimas possibilidades para desenvolvimento.

Esse contraste — alguém experiente, mas inocente quanto aos jogos de poder e ao funcionamento das coisas fora do dojo — torna Beryl um personagem muito cativante. Ele é forte, mas nem sabe o quanto. É respeitado por alguns, desconhecido por muitos. E isso abre espaço para crescimento e descobertas.

Agora… nem tudo são flores. Uma das coisas que me incomodaram foi a repetição nas interações entre os personagens. Basicamente, em todo novo encontro temos a mesma fórmula: Beryl conhece alguém, aparentemente pela primeira vez, até descobrir que foi seu aluno anos atrás. Ele mal lembra da pessoa, mas ela o idolatra profundamente. Isso acontece de novo e de novo — e olha que estamos só no segundo episódio. Espero sinceramente que os próximos tragam novas dinâmicas e interações, porque esse padrão já começa a cansar.

O segundo episódio mantém o ritmo, com boas cenas de luta com espadas, embora ainda repetindo as mesmas interações com ex-alunos. Beryl continua sendo um protagonista fácil de gostar — só pelo jeito humilde já conquista. Ele não tem a menor noção da influência que teve na vida dos outros e fica desconfortável com elogios, o que torna tudo mais genuíno.

Gosto muito da forma como o anime diferencia ensinar e lutar. Não coloca isso como algo negativo — muito pelo contrário. Ensinar bem é uma habilidade em si, e raramente se sabe o impacto que isso vai ter a longo prazo. Ver como tantos personagens foram moldados pelas lições de Beryl é um ponto forte da série.

Por outro lado, o ciclo repetitivo dos reencontros com ex-alunos segue como uma pedra no sapato. Todos têm basicamente a mesma personalidade: veneram Beryl, mas vivem se desentendendo entre si por motivos banais. Falta profundidade, falta variação.

As lutas com espada são interessantes, mesmo não sendo tecnicamente incríveis. Gosto da atenção aos detalhes — como o uso do cabo, a direção do golpe, a manipulação do momento e do ângulo. A animação, infelizmente, não é das melhores, mas dá conta do recado dentro do esperado para uma produção semanal.

Descobri também que a série já tem dublagem em inglês — mas, pelo menos por enquanto, não me convenceu. As vozes ainda parecem um pouco “deslocadas”, como se os dubladores ainda estivessem se acostumando aos personagens. Torço para que isso melhore nos próximos episódios.

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