Uma conclusão que resume bem a experiência: cansativa
Depois de doze episódios — com alguns atrasos no meio do caminho — finalmente chegamos ao fim dessa jornada exaustiva chamada Ameku M.D.. E sinceramente? Só consigo pensar: “Até que enfim.” Mas antes de encerrar de vez, vale comentar o desfecho. A tal investigação que parecia um assassinato... não era assassinato algum. Uma reviravolta que, em teoria, poderia ser interessante — se ao menos eu tivesse me importado com o mistério até aqui. Mas depois de tantos episódios sabotando o próprio ritmo, é difícil se envolver como a série claramente esperava que a gente se envolvesse.
Ao menos, visualmente, o episódio teve seus momentos mais agradáveis. Foram breves, é verdade, mas estão lá — então, ponto positivo... talvez?
Considerações finais
Ameku M.D. tentou ser uma série de mistério médico, mas fracassou nos dois pilares desse tipo de narrativa: a trama e os personagens. A intenção parece ter sido criar algo na linha de House, mas sem entender o que faz House funcionar tão bem — tanto como drama quanto como investigação. Aliás, fazer esse tipo de série dar certo já é uma tarefa complicada com episódios longos; tentar condensar tudo isso em 20 minutos exige uma habilidade que, infelizmente, não se vê aqui.
Falei sobre problemas de ritmo antes, principalmente na primeira metade da temporada, mas esse nem foi o maior problema. Com o passar do tempo, ficou cada vez mais claro que o que derrubou mesmo essa série foi a escrita fraca.
Até agora eu me pego lembrando de um dos piores momentos: um episódio em que o "mistério" era basicamente que “historiadores renomados respiraram mofo em um lugar fechado sem máscara”. Sério? Isso é um enigma? Qualquer pessoa teria previsto isso. Na época, chamei esse episódio de um insulto à inteligência do público, e continuo concordando com isso 100%. Não foi um erro isolado — só o mais gritante de muitos.
Em uma série de mistério médico, é aceitável que o espectador nem sempre consiga desvendar tudo, afinal, nem todo mundo tem conhecimento técnico da área. Mas em Ameku M.D., a dificuldade não vem do aspecto médico — e sim de reviravoltas forçadas, que dependem de situações absurdas e inverossímeis. Não são "surpresas inteligentes", são coisas que ninguém em sã consciência imaginaria, como crianças tendo acesso a substâncias que param o coração temporariamente. É difícil não se sentir frustrado. Em vez de instigar, a série desmotiva qualquer tentativa de resolução por parte do público.
Para piorar, Ameku M.D. foi exibida na mesma temporada da segunda temporada de The Apothecary Diaries — uma série que mostra como se faz um bom mistério médico. Comparar as duas chega a ser doloroso. E caso alguém precise de uma sugestão direta: se Ameku M.D. te deixou na vontade de assistir algo do gênero, vá de The Apothecary Diaries sem pensar duas vezes.