Dune: Awakening – Impressões do Alpha Revelam Desafios Brutais e Sandworms Implacáveis

 

Dune: Awakening – Impressões do Alpha: Sobreviver ao Deserto Nunca Foi Tão Desafiador

Se tem uma coisa que aprendi após mais tempo com Dune: Awakening, é que os Sandworms não estão para brincadeira.

Durante o acesso antecipado que tive em janeiro, eu cheguei a comentar que o Shai Hulud não me parecia uma ameaça real. Mas depois de participar de um novo período de testes alpha no início deste mês, essa impressão mudou radicalmente. Logo no primeiro dia, enquanto explorava os destroços de uma nave caída, fui surpreendido: o chão começou a tremer, e de repente o colossal Sandworm emergiu das areias, engolindo tudo – inclusive a mim, na frente da minha pobre sand bike. A câmera ainda deu aquele zoom épico para capturar o momento em que fui devorado. Foi glorioso... e frustrante.

E isso não aconteceu só uma vez.

Explorando o Deserto de Vermilius Gap

O alpha permitiu revisitar o começo da jornada em Hagga Basin South e, depois, avançar para a perigosa região de Vermilius Gap, onde o jogo realmente mostra seus dentes. A progressão inicial parece sólida, mas atravessar a fronteira para a nova área foi um choque de dificuldade: o ambiente ficou mais hostil, os inimigos melhor equipados, e o Sandworm... bem, ele agora era uma ameaça constante e real.

A mudança de dificuldade foi tão brusca que, pela primeira vez, eu me senti despreparado em um jogo de sobrevivência. A luta dentro de um laboratório cheio de inimigos com escudos e armas pesadas foi especialmente brutal — só consegui virar o jogo depois de craftar meu próprio escudo, em uma base improvisada que montei às pressas.

Jogando como Bene Gesserit

Dessa vez escolhi a classe Bene Gesserit, diferente da minha primeira experiência como Swordmaster. No início, fiquei desapontado — as habilidades pareciam pouco impactantes. Mas conforme desbloqueei novas opções na árvore de habilidades, tudo se encaixou: controles mentais para desviar a atenção dos inimigos, teleporte rápido para as costas de oponentes, e manobras de combate que deram uma nova dinâmica ao meu estilo de jogo.

A experiência de combate, embora com algumas críticas (como a sensação um pouco "flutuante" dos ataques corpo a corpo no mouse e teclado e o controle travado no gamepad), foi divertida. Ainda quero testar outras classes como Mentat no lançamento, mas a Bene Gesserit conquistou meu interesse.

Construindo e Sobrevivendo

A base-building também mostrou seu potencial, principalmente ao ver as estruturas impressionantes que alguns jogadores conseguiram criar. É possível usar blueprints para replicar estruturas, embora eu tenha sentido falta de poder incluir estações de trabalho nos projetos salvos — e uma forma de recuperar recursos ao abandonar bases seria muito bem-vinda.

O sistema social ainda parece raso. Apesar da dificuldade crescente sugerir a importância de jogar em grupo, o jogo ainda não incentiva ativamente o trabalho em equipe nos primeiros estágios, o que é uma pena para um MMO de sobrevivência que se propõe tão desafiador.

Sandworms: De tensão a frustração

Sobreviver ao Shai Hulud é uma tarefa árdua. Perder tudo para um Sandworm — especialmente após cruzar grandes distâncias carregado de loot — é simplesmente devastador. Diferente de perder um equipamento em combate PvP (algo que, como jogador de EVE Online, eu aceito numa boa), ser eliminado aleatoriamente no deserto por um verme gigante passa mais a sensação de injustiça do que de aprendizado.

Apesar de gerar tensão e momentos épicos, a falta de controle real sobre as aparições do Sandworm pode minar a motivação — ainda mais quando a morte implica refazer horas de progresso.

Expectativas para o Lançamento

Com o adiamento para junho, Dune: Awakening ganhou o tempo necessário para polir o que precisa. O desempenho, aliás, impressiona: joguei no máximo tanto em um RTX 5090 quanto em um Razer Blade 16, com taxas de quadros altíssimas e sem os travamentos típicos da Unreal Engine.

O próximo Beta Weekend em maio será crucial para testar servidores e ajustes finais. Mas a grande questão ainda está no que vem depois: o endgame, a política, o PvP e a promessa de guerras de facções entre Atreides e Harkonnen — tudo isso ainda está no campo da teoria.

Se a Funcom conseguir entregar o que promete, Dune: Awakening tem tudo para ser uma das experiências mais envolventes e únicas entre MMOs de sobrevivência. Apesar dos tropeços e das frustrações ocasionais, mal posso esperar para reunir meus amigos, atravessar Arrakis em nossos Ornithopters e lutar pelo nosso pedaço do império das especiarias.



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