format(webp))
Black Butler voltou com tudo nesse novo arco, e logo de cara dá pra sentir que a vibe mudou bastante. Agora a história sai da Inglaterra vitoriana e vai direto pra uma floresta sombria na Alemanha — e isso deu um ar de conto de fadas bizarro que combinou demais com o clima da série.
Logo no começo já jogam a gente numa vila isolada, onde todo mundo se veste como se ainda estivesse no século 16. Só moram mulheres lá, e já começa aquele clima estranho. A tal da Sieglinde, conhecida como a Bruxa Esmeralda, é uma garotinha de 11 anos que parece saída de um conto sombrio — mas com um toque de comédia surreal. Sério, ela come feito um animal selvagem e solta umas frases tão absurdas que até o Sebastian quase perde a pose. Teve uma hora que ela solta um "quero que vocês entrem no meu quarto secreto" e só depois percebi que era uma metáfora super indecente. O Ciel travou, e o Sebastian quase caiu na risada. Foi bizarro e hilário ao mesmo tempo.
Apesar da comédia, tem um lado bem mais pesado por trás. A Sieglinde, por exemplo, vive num castelo lindo, mas tem os pés amarrados (literalmente!) por causa de uma tradição antiga. Ou seja, ela não consegue andar sozinha, vive sentindo dor e, no fundo, tá presa ali. Dá pra ver que o castelo é só fachada: por dentro, ela é praticamente uma prisioneira daquele lugar.
O que mais me chamou atenção nesses dois primeiros episódios foi justamente esse contraste entre o sombrio e o cômico. Tem momentos super pesados, como o ataque de um lobisomem na vila, e ao mesmo tempo, situações totalmente malucas que quebram a tensão de um jeito que só Black Butler sabe fazer.
Outro personagem que vale mencionar é o Wolfram, o mordomo da Sieglinde. Ele é bem na dele, mas dá pra ver que está desconfiado de tudo. Ele não parece só preocupado com a menina, mas com o fato de ter gente de fora ali. Dá pra sentir que ele quer que o Ciel e o Sebastian saiam daquele lugar o quanto antes. E quando até o Sebastian começa a chorar sem entender por quê, é sinal de que tem algo realmente errado acontecendo naquele vilarejo.
Gostei também de como a série tá tratando o tema do “estranho no ninho”. O Ciel, por mais nobre que seja, ali é só mais um forasteiro metido. Ele não entende a cultura, a linguagem (apesar de todos falarem japonês pra gente, o anime faz questão de mostrar quem tá falando alemão), e claramente não é bem-vindo. Mas o mistério maior não parece estar só nas pessoas da vila — parece que o verdadeiro perigo pode já estar lá dentro, no castelo, ou até na própria Sieglinde.
Por enquanto, o arco Emerald Witch tá entregando bem. Tem mistério, clima de terror leve, personagens novos interessantes e aquele equilíbrio clássico de Black Butler entre o elegante, o esquisito e o hilário. Tô curioso pra saber até onde essa história vai, e o que de fato está escondido nessa floresta.
