Comédia é um gênero ingrato. Repetir uma piada pode ser uma armadilha — previsível demais para funcionar ou desnecessária se não agregar algo novo. Mas Aharen-san wa Hakarenai mostra que, às vezes, repetir funciona exatamente por ser previsível. A piada com as calças do Raido volta neste episódio e, mesmo sabendo exatamente o que ia acontecer, eu ri como se fosse a primeira vez. Talvez porque a execução ainda seja boa, talvez porque a dinâmica entre Aharen e Raido seja tão absurda e fofa que qualquer situação com eles já carrega um certo charme automático. Seja como for, foi um ótimo jeito de abrir o episódio.
Mas o grosso do episódio foi o festival esportivo, um clássico dos animes escolares. Não chega a ter o mesmo peso emocional de um festival cultural ou uma ida à praia, mas ainda assim, rende ótimos momentos. O contraste entre o Raido, alto e aparentemente atlético, e a Aharen, pequena e sem talento esportivo, prometia mais do que foi entregue, mas o episódio ainda conseguiu ser divertido.
O foco acabou sendo um arco tradicional: “alguém se machuca, precisamos trabalhar em equipe”. Nada muito inovador, mas ainda assim bem executado. E no meio disso tudo, quem brilhou mesmo foi Riku, que entrou de vez para o meu radar. O mini arco da indecisão sobre visitar ou não o colega no hospital — e o drama mental absurdo que ela criou em cima disso — foi extremamente real e hilário. É uma personagem com potencial enorme, e a forma como ela lida com a insegurança social é adoravelmente caótica.
Outra novidade foi a estreia da dublagem da segunda temporada. A mudança mais notável é a substituição da voz da Aharen: sai Dani Chambers, entra Kelsey Cruz, que já mostrou um trabalho promissor. Dar vida a personagens tão reservadas é uma tarefa ingrata, e tanto Cruz quanto Ben Balmaceda (Raido) têm feito um ótimo trabalho mantendo a sutileza e carisma dos protagonistas. Destaque também para Kara Edwards como Riku, que chegou com tudo e promete grandes momentos.
No geral, o episódio 3 manteve o tom leve e o ritmo agradável que marcaram a primeira temporada. Não foi o melhor festival escolar que já vi em animes, mas foi suficiente para rir, me apegar mais ainda à Riku, e sair curioso para o que vem por aí.
