Séculos atrás, o herói Gram derrotou o temido Rei Demônio Veltol Velvet Velsvalt, encerrando seu reinado de trevas sobre o mundo. Mas, como todo imortal, Veltol não permaneceu morto por muito tempo. No ano de 2099, ele desperta novamente graças à lealdade de sua seguidora Machina.
Contudo, o mundo que Veltol conhecia mudou drasticamente. Agora, ele se vê no meio de uma sociedade altamente tecnológica e alimentada por magia — Shinjuku, uma metrópole cyberpunk onde os imortais vivem às escondidas, temendo perseguições e sumiços misteriosos por parte dos humanos. Sem seguidores e quase sem recursos, Veltol e Machina vivem à margem, tentando sobreviver sem chamar a atenção de Marcus, um ex-oficial demoníaco que domina Shinjuku com mão de ferro.
Crítica
Demon Lord 2099 é, acima de tudo, um anime competente. Cada elemento da produção — roteiro, personagens, ambientação, direção — funciona bem, sem grandes deslizes, mas também sem nada que se destaque fortemente. É como uma peça de madeira bem lixada: sólida, útil, mas sem muito brilho.
A história parte de uma ideia já bem conhecida: o que acontece depois que o Rei Demônio é derrotado? Veltol retorna à vida em um mundo que não entende e tenta se adaptar à nova realidade. A estrutura segue os clichês do gênero, mas a execução é boa o bastante para manter o interesse. O primeiro arco, ambientado em Shinjuku, traz uma mistura envolvente de mistério, magia e tecnologia. A transição para o segundo arco, em Akihabara — onde magia e tecnologia dividem a cidade ao meio —, perde força, mas o carisma do elenco ajuda a manter o ritmo.
O maior trunfo da série está no relacionamento entre Veltol, Machina e Takahashi. Veltol, com seu equilíbrio entre arrogância e compaixão, se destaca ainda mais graças às interações com a leal e prática Machina, e com o sagaz Takahashi. O trio tem química genuína, que dá vida ao enredo e sustenta até os momentos mais previsíveis.
Visualmente, o anime se destaca no design de personagens e no retrato de Shinjuku, com sua estética neon e caótica. Já Akihabara carece de identidade visual mais marcante. Os personagens são visualmente atraentes e bem caracterizados, mas o excesso de detalhes compromete a animação, que às vezes se torna rígida ou limitada — especialmente no clímax do primeiro arco, onde falta dinamismo em cenas que pediam mais ação.
A trilha sonora é competente e cumpre seu papel, enquanto as atuações nas dublagens japonesa e inglesa são sólidas, com Ian Sinclair (Veltol) e Daisuke Namikawa (Gram) sendo os grandes destaques em seus respectivos idiomas.
Veredito Final
Demon Lord 2099 é uma boa série que entrega entretenimento consistente, mesmo sem grandes momentos memoráveis. É o tipo de anime que você assiste com prazer, mas talvez não se lembre tão vividamente meses depois. Ainda assim, vale a pena dar uma chance — especialmente para fãs de fantasia urbana e ambientações cyberpunk.
Avaliação geral
- Nota geral (dublagem): 8,0
- Nota geral (legendado): 8,0
- História: 8,5
- Animação: 7,0
- Trilha sonora: 8,0
Pontos positivos:
✔️ Personagens carismáticos e com boa dinâmica
✔️ Design visual bem elaborado
✔️ Equilíbrio entre humor e drama
Pontos negativos:
❌ Animação prejudicada por excesso de detalhes nos designs
❌ Adaptação apressada — dois arcos em vez de desenvolver melhor o primeiro